Meninas loucas não vão para o céu

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A obra apresenta uma mulher artista em construção que visa se desvencilhar do estereótipo comum da loucura. Passeando por temas como abusos, conflitos familiares, adolescência e instabilidade afetiva. O livro ainda traça forte diálogo com poetas como Sylvia Plath, Alejandra Pizarnik e Hilda Hilst, notadamente marcadas pelo seu comportamento irreverente.

Em “Meninas Loucas Não Vão Para o Céu”, Tóia Azevedo evoca uma possibilidade outra que elenca a subjetividade do eu-lírico em suas múltiplas facetas, ainda que elas estejam em conflito. Trata-se de um processo de elaboração de uma identidade poética que assume a própria dor, sem romantiza-la - se as meninas loucas não vão para o céu, é preciso criar um lugar para elas. E, aqui, a própria menina louca busca construir esse lugar:

“(...)
Quando penso
para onde vão todas as meninas loucas
as putas despudoradas feias histéricas
gordas magras mal amadas bem amadas
frígidas ninfomaníacas
abusadas
caladas cavadas cravadas manchadas
encalhadas exageradas excitadas depravadas
desvairadas desatinadas desequilibradas
descontroladas perturbadas problemáticas
lunáticas insensatas
inconformadas

penso sim em um lugar muito específico mas

se eu contasse
você não acreditaria”


Pesquisadora em arquétipos mitológicos, aspectos do feminino e do processo vida-morte-renascimento, a poeta também estabelece uma forte conexão com o mito de Perséfone em sua obra, investigando a ideia da mulher louca enquanto medial, ou seja, a que estaria transitando sempre entre dois mundos, ressignificando a instabilidade que atravessa a sua poética.

“Meninas Loucas Não Vão Para o Céu” também traz uma voz que, ainda que estreante, não se poupa em experimentar, seja no formato dos textos, seja no uso subversivo de recursos gráficos que marcam a originalidade de sua poesia.
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